A casa na árvore

22-04-2022 15:34

    Eu ainda me lembro muito bem das experiências que tive com o meu avô. Ele era um homem alto e, mesmo sendo velho, ainda tinha todos os cabelos castanhos. Comigo, o meu avô era um homem calmo e não falava muito. Sempre o tratei com respeito e ele também me respeitava.

    A minha mãe contou-me que, quando era pequena, o avô era muito agressivo e gritava muito com ela. Para mim, isso parecia muito estranho e não compreendia como uma pessoa podia mudar tanto.

    Um dia, o meu avô propôs uma ideia: fazer uma casa na árvore. Eu gostei da sugestão e disse que a podíamos fazer. Então, no dia seguinte, fui com ele à garagem procurar materiais para fazer a casa. Fui encontrar uma árvore para usar e, quando a encontrei, chamei o avô. Quando ele chegou, trazia muitas coisas. Eu olhei para o que ele trazia e ele disse:

– Em vez de olhares, podes pegar num martelo e começar a construir a casa. Eu peguei no martelo e comecei a trabalhar.

    Depois de alguns dias, a casa já estava feita. Era uma casa maravilhosa, feita de uma madeira escura, tão escura que parecia carvão. Eu tinha feito a casa na floresta perto da minha casa.

    A floresta era gigante. Tinha milhares de árvores, muito apertadas umas das outras. Havia todas as espécies de árvores do mundo e o chão era coberto por diversas plantas e flores. No meio da floresta havia um lago e, à beira dele, havia um grande pinheiro. Nessa mesma árvore, estava a casa. Havia escadas que iam ter à porta de entrada. A casa tinha uma forma quase perfeita de um cubo e, no meio desse cubo, passava o tronco da árvore.

    Dentro da casa, havia um sofá e uma mesa. Nessa mesa, havia livros que eu gostava de ler. Às vezes, eu ia lá ler sozinho. Nesse tempo, a leitura era a melhor coisa para mim e eu gostava muito. Nas paredes, havia desenhos feitos por mim e o meu avô. Numa caixa, tínhamos toalhas e fato de banho para nadar no lago no verão. Eu lembro-me que esse lago era muito frio, mas era bom nadar nele, quando estava calor.

    Passaram uns anos. A câmara municipal mandou-nos destruir a casa, pois a árvore não era nossa. O meu avô mudou de casa para um sítio muito longe. Eu passei a não falar muito com ele e, às vezes, ficava triste por ele se ter ido embora.

    Eu ainda penso nesse tempo e a recordação traz-me sempre felicidade.

 

Robin Himlin Harris, n.º 17, 7.º B

 

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