Projeto eTwinning :: Três portuguesas na Noruega, na primeira pessoa do plural

13-06-2022 10:45

    No dia 15 de maio, aterrámos em Floro, na Noruega, depois de uma grande ponte aérea desde Lisboa até Oslo e de Oslo até Floro, a 400Km da capital.

    Viajámos com malas cheias de camisolas porque na Noruega faz muito frio; trocámos euros por coroas, porque a Noruega não faz parte da zona euro; munimo-nos de aplicações telefónicas para dominar o inglês, porque não falávamos norueguês; juntámo-nos as três num quarto porque só contávamos umas com as outras e lavámos, na bagagem, muita vontade de aprender.

    E o que é que encontrámos? Uma cidade recortada por fiordes (do norueguês fjord - uma grande entrada de mar entre altas montanhas rochosas, originada por erosão causada pelo gelo de antigo glaciar), sem rotundas nem semáforos ou sinais de trânsito a indicar rua sem saída, quando havia tantas!! Mas todas iam ter a casa de um vizinho. Encontrámos o Jens, o nosso parceiro eTwining, professor na primary school (escola primária) de Savang, que nos foi buscar ao aeroporto e nos levou para bebermos um tea em sua casa, a sua bebida quente preferida, onde conhecemos a Amália, não a nossa Rodrigues, mas a sua filha, linda!

    Conversou connosco, apresentou-nos a irmã, mostrou-nos Floro, levou-nos ao hotel.

    Por momentos achámos que tínhamos aterrado no país errado. “Os Noruegueses não são assim!”, ouvíamos dizer. Mas resignámo-nos.

    Antes de continuar, é bom explicar que a semana de mobilidade na Noruega (de 16 a 20 de maio), foi cuidadosamente escolhida pelo nosso parceiro, de modo a incluir o dia 17, dia da Constituição daquele país, o grande feriado nacional.

    Durante o tea, o Jens disse-nos que, nesse dia, iríamos almoçar com os seus pais e que passaríamos o dia com ele porque ele estaria ocupado a tocar na banda. Enganámo-nos: “Com os pais!!”. Voltámos a resignar-nos e esperar pelo tão falado dia da Constituição. Seria no nosso segundo dia de permanência em Floro.

    Esse dia começou cedo. História à parte, veio a revelar-se a antítese de tudo o que se pode esperar de um povo nórdico. Fomos enleados na família do Jens como se deles fizéssemos parte: descalçámos os sapatos e deixámo-los no hall de entrada deles, comemos na mesa deles, participámos nas conversas deles (sem aplicações telefónicas), passeámos no jardim deles e brincámos com os filhos deles. Foi um dia surpreendente!!

  

  Do outro lado do fjord, a cerca de 45 km por terra, ficava Stavang, uma localidade com uma escola pequena, mas muito acolhedora, frequentada por onze alunos, os filhos dos agricultores daquelas redondezas. Era para lá que nos dirigíamos todos os dias às sete horas da manhã, à boleia com o Jens. À nossa espera tínhamos a Helena, a Maria e a Sr.ª diretora da escola (a School Pincipal) que nos recebiam com um largo sorriso e um café quentinho.  Depois do dia da Constituição, já tudo nos parecia familiar e, por isso, aqueles professores eram nossos colegas e os alunos eram os nossos alunos. De resto bastou um dia para:

- Hello! - cumprimentámos nós.

- Olá - respondeu o Lucas.

 - Olá - respondeu a Frida.

 - Olá - respondeu o Emely.

    Não havia dúvida, fazíamos parte deles. Já não contávamos só umas com as outras!
    Faltam-nos as palavras para descrever toda as emoções e todas as aventuras que 
vivemos durante aqueles cinco dias em que permanecemos em Stavang. 
Contudo, há uma frase da School Pincipal que resume tudo: 
“A escola de Stavang não será a mesma, depois da passagem das portuguesas”.
     No que diz respeito a nós, também há o antes e o depois desta passagem. 
Estamos muito gratas a Stavang e a todas as pessoas maravilhosas
 que connosco privaram, desde a alunos a professores.
    

    Em Floro, cidade onde ficámos hospedadas, no hotel dos trabalhadores, segundo consta, mas muito bom e tranquilo, também fomos conquistadas por tudo o que o Jens nos permitiu descobrir: as marcas da passagem da 2.ª Guerra Mundial ainda a céu aberto, as pinturas rupestres em Ausevika, o prazer de pescar nas águas geladas da Noruega, saborear o peixe fresco acabado de pescar e preparado ainda no barco, espantem-se, por nós e, como já dissemos, entrar na intimidade de uma família local. Durante aqueles cinco dias, fomos roubadas pela Noruega e deixámo-nos roubar. Fomos verdadeiras norueguesas.

    Já no dia 22, depois de mais uma ponte aérea de Floro até Oslo, preparávamo-nos para regressar a Portugal, quando fomos confrontadas com o cancelamento do voo. 

Depois de gerir a deceção porque, afinal, a nossa vida esperava-nos em Portugal, preparámo-nos para conquistar Oslo, a capital, e ver se ela nos ia surpreender tanto como Stavang ou Floro.

    Sim, surpreendeu-nos. Vimos a sua beleza, as suas marcas da guerra, a sua riqueza, a sua arquitetura, vimos tudo até ficarmos depenadas, mas felizes!

 

Em Floro, cidade onde ficámos hospedadas, no hotel dos trabalhadores, segundo consta, mas muito bom e tranquilo, também fomos conquistadas por tudo o que o Jens nos permitiu descobrir: as marcas da passagem da 2.ª Guerra Mundial ainda a céu aberto, as pinturas rupestres em Ausevika, o prazer de pescar nas águas geladas da Noruega, saborear o peixe fresco acabado de pescar e preparado ainda no barco, espantem-se, por nós e, como já dissemos, entrar na intimidade de uma família local. Durante aqueles cinco dias, fomos roubadas pela Noruega e deixámo-nos roubar. Fomos verdadeiras norueguesas
Já no dia 22, depois de mais uma ponte aérea de Floro até Oslo, preparávamo-nos para regressar a Portugal, quando fomos confrontadas com o cancelamento do voo. Depois de gerir a deceção porque, afinal, a nossa vida esperava-nos em Portugal, preparámo-nos para conquistar Oslo, a capital, e ver se ela nos ia surpreender tanto como Stavang ou Floro.
Sim, surpreendeu-nos. Vimos a sua beleza, as suas marcas da guerra, a sua riqueza, a sua arquitetura, vimos tudo até ficarmos depenadas, mas felizes!

Professoras Isabel Moniz, Irene Alves e Lúcia Ramalho

 

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