Uma saída “histórica” pela vila de Avelar
15-05-2017 17:17O Clube de Fotografia cumpriu neste ano letivo um objetivo diferente a que se propôs, em relação às atividades de anos anteriores: convidar um professor de uma área do saber, neste caso a História, para visitar Avelar na perspetiva histórica. Para isso, o professor António Figueira foi convidado e aceitou o desafio de nos mostrar quatro lugares:
· o pelourinho;
· o símbolo da indústria têxtil - o tear;
· o forno medieval da Senhora da Guia;
· a Igreja matriz de Avelar.
E, como não poderia deixar de ser, foi uma saída "histórica" muito interessante! Os alunos do Clube de Fotografia foram registando fotograficamente a passagem pelos vários sítios, ao mesmo tempo que ouviam as explicações do professor António Figueira.
Ficámos a saber que o pelourinho é um monumento lítico e o local onde era administrada a justiça concelhia. Sabemos que foi deslocado, embora se encontre localizado perto da antiga casa do concelho. De recordar que o Foral novo foi concedido por D. Manuel I, em 12 de novembro de 1514, às cinco Vilas - Avelar, Chão de Couce, Pousaflores, Aguda e Maçãs de D. Maria.
A atestar a importância da indústria têxtil em Avelar, que terá tido a sua origem na povoação de Lomba da Casa, fotografámos o tear, símbolo desta indústria e que já teve maior importância e tradição nesta vila. Até 1920, tinham sido fundadas as seguintes empresas: António Curado Luís, Manuel Augusto, José Saraiva, Manuel Duarte Moreira, Manuel Ferreira Jacob, Miguel Carvalho Rosinha, João Simões Fareleiro e Filho, João Simões dos Santos, António Lopes Rego Jacob, Custódio Nunes, António Lopes e José Godinho, Sebastião Brás Medeiros, João Nunes, António dos Santos Fino e Nunes e Godinho. Estas empresas ou firmas fabricavam estamenha (paninho), xailes, cobertores, mantas e meias. Na década de 60, as empresas modernizaram-se, foram chamados técnicos especializados da Covilhã, que, com as famílias, se fixam em Avelar. Mas, em 1974/75, com a crise que o país atravessou, a maioria das fábricas de lanifícios foram obrigadas a fechar. Ao terminar o século XX, apenas se encontravam a laborar a fábrica Fareleiros, a fiandeira Finistex e a fábrica V. Fino.
Depois, visitámos o forno, ao cimo de uma imponente escadaria desde sempre ligado às festas da Nossa Senhora da Guia. O forno era aquecido durante três dias, com muitas carradas de lenha e um homem conduzia lá dentro esse enorme bolo. O que acontecia era que o homem, levando nos pés apenas umas sandálias calçadas, saía sem se queimar ou crestar, apesar do enorme calor no interior do forno, que teria de ser suficiente para cozer o bolo.
Por fim, visitámos a Igreja matriz. Aqui, pudemos observar e fotografar o interior desta igreja de meados do séc. XVIII, para além de termos ficado a conhecer a sua história e as suas obras de arte sacra, de que se destaca o quadro de grandes dimensões do Mestre José Malhoa.
Professores António Figueira e Mário Marinho (dinamizador do Clube de Fotografia)
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