Visita ao Palácio-Convento Nacional de Mafra

16-06-2013 16:15

    É verdade que no século XVIII os reis e membros da corte só tomavam banho duas vezes em toda a sua vida? E é verdade que a sua retrete era uma verdadeira peça de mobília? E também é verdade que se usavam as perucas, não só por ser moda, mas sobretudo para esconder a sujidade e os piolhos? Estes factos e muitos mais puderam ser confirmados pelos alunos de 6.º ano, durante a sua visita ao Palácio-Convento Nacional de Mafra, no passado dia 06, organizada pelo professor de História, Pedro França.

    Antes da chegada a Mafra, o grupo de alunos e professores fizeram um pequeno desvio até à praia da Ericeira, pois dois dos alunos participantes nunca haviam visto o mar, ao vivo e a cores. Já em Mafra, e após um almoço volante nos belos jardins do Palácio, dirigiram-se, juntamente com os professores acompanhantes, à entrada deste monumento a fim de iniciarem, em pequenos grupos, a sua visita guiada nesta magnífica obra.

    Mandado construir pelo absolutista D. João V, no século XVIII, para que fosse cumprido um voto de sucessão, o Palácio de Mafra é o mais importante monumento do Barroco em Portugal. Quando D. João V casou com D. Maria Ana de Áustria, ao fim de três anos, ainda não havia descendência, pelo que D. João prometeu mandar construir um convento, na Vila de Mafra, se Deus lhe concedesse filhos. Certo é que, semanas depois, a Rainha engravidou e meses depois nasceu uma menina, D. Maria Bárbara, mais tarde Rainha de Espanha. O Rei cumpriu a sua promessa e, em 1717, começou a construção deste monumento, mais tarde, em 1730, oficializado como templo sagrado.

    Construída em pedra lioz da região e mármores, ocupando 38.000 m, com 1.200 divisões, 4.700 portas e janelas e 156 escadas, esta obra magnífica só se tornou possível pelo afluxo de ouro do Brasil, transportado nos inúmeros baús que os alunos foram vendo à sua passagem.

    Para esta obra, o Rei encomendou esculturas e pinturas a Mestres italianos e portugueses e, da Flandres, vieram dois carrilhões com 92 sinos – os maiores da época e conjunto único no mundo pelas suas dimensões e beleza do seu mecanismo. Integra ainda um conjunto de seis órgãos históricos na Basílica, uma extraordinária biblioteca com cerca de 38.000 volumes, uma das mais importantes do século XVIII, que constitui, para o Convento, um património religioso ímpar no país, e, para a Basílica, obra-prima da arquitetura setecentista, e um Núcleo Conventual, com um hospital da época. Para os alunos, um lugar curioso e fantástico, por abrigar uma colónia de morcegos que protege fielmente os seus livros.

Embora não fosse a residência habitual da Família Real, o Paço de Mafra foi sempre muito visitado pelos reis, para assistirem a festas religiosas ou para caçarem na Tapada. O Palácio foi integrado na Rede de Residências Reais Europeias.

Terminada a visita, foi tempo de saborear uns frades e umas freiras de Mafra e o regresso a Ansião foi mais doce. Os alunos foram elogiados pelos seus Guias, quer pelo seu comportamento quer pelo seu interesse e todos se sentiram orgulhosos e mais ricos com esta experiência.

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